O vírus da insegurança também se instalou nas empresas na pandemia

Mais do que adotar novas tecnologias, é preciso ter uma cultura de proteção cibernética nas organizações, prega especialista no encerramento do ITK 2020

Cobertura da Revista Amanhã, veículo oficial do ITK 2020 Digital – por EDUARDA PEREIRA

 

A crise do coronavírus se tornou um contexto ideal para os crimes cibernéticos

Segundo o estudo Covid-19 Digital Engagement Report da Twilio, a pandemia acelerou a transformação digital em 5,3 anos. As áreas que aceleraram essa transformação de forma mais significativa foram tecnologia (78%), energia (77%), saúde (74%), construção (71%) e varejo (70%). A maior velocidade, porém, se deu nas empresas de construção (8,1 anos) e energia (7,2 anos). Para o fundador e CEO da Unbroken Cyber Security, Fernando Dulinski, essas mudanças vieram para ficar. “Antes da pandemia, as empresas viam o home-office como algo anti-produtivo, setores como bancos dizendo que a mesa de operação não poderia ser feita de casa… Aí, de repente, sem prazo de adaptação, tivemos um lockdown, e todo mundo ficou 100% remoto e conectado. Todo mundo teve de se adaptar do dia para a noite”, avaliou Dulinski durante palestra desta sexta-feira (9), último dia de Innovation Tech Knowledge (ITK) 2020.

Outro ponto importante de impacto foi o departamento de TI das empresas se reconfigurando e buscando adaptação na infraestrutura das empresas para possibilitar o trabalho remoto. “O cenário acabou gerando uma urgência na segurança cibernética. Vimos um crescimento das falhas de segurança nas empresas, criadas por essa força de trabalho no home office”, explica. No meio disso tudo, também há a Lei Geral de Proteção de Dados entrando em vigor. “As punições ainda não estão valendo, mas em meio à pandemia as empresas estão tendo mais essa tarefa, de se adaptar e se adequar às regras da lei”, complementa.

A crise do coronavírus também se tornou um contexto ideal para os crimes cibernéticos. Dulinski conta que, no período, houve um aumento de 700% em e-mails maliciosos, 13 mil tentativas de ataque de phishing e 4 milhões de acessos a sites falsos do auxílio emergencial, além de 500 mil downloads de aplicativos falsos com o mesmo propósito. A tendência é que os números cresçam ainda mais com a chegada do Pix. Ainda segundo o CEO da Unbroken Cyber Security, o maior desafio de adaptação que as empresas terão nesse “novo normal” é a implementação de uma cultura de segurança cibernética. “Tecnologia já existe aos montes – e já estamos bem munidos dela. A cultura é o que vai fazer a diferença, pois é o que falta, uma conscientização dos usuários”, sentencia Dulinski.

Para o especialista, é preciso entender os principais gargalos de segurança da empresa; estabelecer boas práticas de segurança; conscientizar e oferecer treinamentos a todos os funcionários; criar programas internos de segurança cibernética e, ainda, simplificar a segurança para o usuário comum. Para isso, alguns passos podem ser seguidos: pesquisas na linha de base, fazendo perguntas sobre segurança cibernética aos colaboradores; fazer e-mails simulando phishing para testar os conhecimentos da equipe; criar games com perguntas sobre melhores práticas de segurança cibernética e usar diferentes mídias para envolver os colaboradores.

Fonte: Revista Amanhã, veículo oficial do ITK 2020 Digital – por EDUARDA PEREIRA

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