Opinião em Destaque – Roberto Astor Moschetta

Neste mês, conversamos com Roberto Astor Moschetta, diretor na Coordenadoria de Inovação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Porto Alegre. O executivo foi um dos fundadores do Tecnopuc, que dirigiu entre 2005 e 2013. Formado em Administração, possui diversas especializações (dentre elas, a de Gestão de Habitats de Inovação pela FIA) e, também, mestrado em Administração de Empresas.

1. Como você analisa o mercado atual de TI no Brasil?

Moschetta – Em um cenário econômico incerto, empresas podem enxergar em produtos e serviços oferecidos por companhias de tecnologia uma alternativa para melhorar a eficiência e reduzir custos. Investir em tecnologia significa obter ganho real, preservando a competitividade. Mas com fluxos de caixa minguantes, empresas podem não concretizar seus investimentos em tecnologia.  No panorama global, pesquisas dos principais institutos apontam que tudo dependerá de tecnologia nos próximos anos. Neste contexto, há segmentos do mercado de TI extremamente promissores como Cloud, Datacenters, IoT, Big Data, Data Analytics, Learning Machine etc. No Brasil, estima-se crescimento do mercado de 2% em 2017 e de 4% em 2018. Assim, considerando outros setores que estão estagnados, os números da TI me parecem bem razoáveis.

2. Quais as suas expectativas para o setor de TI em médio e longo prazo?

Moschetta – Tecnologia, especialmente Tecnologia da Informação, já é e continuará sendo, por muito tempo, o agente viabilizador e propulsor da inteligência nos processos. Uma maior integração do hardware e dos softwares ao IoT, big data, data analytics e learning machine serão tendências. Tecnologias disruptivas como as criptomoedas e Blockchain irão também contribuir para manter o setor em destacada evidência.

3. De que forma a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, por meio da Diretoria de Inovação, atua para o fortalecimento do empreendedorismo e inovação em TI?

Moschetta – Cabe à Diretoria de Inovação articular a interação entre agentes públicos e sociedade civil organizada para estimular a criatividade, inovação e o empreendedorismo, visando o desenvolvimento da cidade e de seus cidadãos.   Como etapa da implementação do Sistema de Inovação e Empreendedorismo de Porto Alegre, a cidade está introduzindo uma concepção inovadora para proporcionar habitas de inovação. Através de parcerias e, por própria iniciativa, estabelecerá locus, em pontos geograficamente distribuídos na malha urbana da cidade, aptos a hospedar variados tipos destes habitats. Esta rede será denominada como Sistema de Habitats de Inovação – poa.hub.

4. De que forma as empresas de TI do RS podem ampliar a competitividade para enfrentar o mercado?

Moschetta – Quaisquer cenários vislumbrados para o Brasil na próxima década destacam dificuldades para o desenvolvimento, especialmente o econômico. O prognóstico é de que iremos passar por alguns anos duros. Enfrentar este panorama de forma solitária é desestimulante. Realizar parcerias é, no mínimo, compartilhar experiências para o enfrentamento. Mas, muito além disso, a integração de pares de mesmo propósito propicia unidade para fortalecer ações e reivindicações.

5. Na sua visão, qual a importância do trabalho da SOFTSUL no fomento ao setor de TI?

Moschetta – Com propósitos muito semelhantes, as finalidades da SOFTSUL e da Diretoria de Inovação alinham-se para estimular o empreendedorismo e o incentivo ao desenvolvimento da cultura inovadora. Em particular, a SOFTSUL desenvolve o Programa Estruturante “Inovação, Empreendedorismo e Novas Empresas”, com a missão de estabelecer um setor TIC competitivo no mundo globalizado.

6. De que forma a SOFTSUL e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, por meio da Diretoria de Inovação, podem colaborar visando nova geração de empresas startups e a internacionalização das empresas estabelecidas?

Moschetta – De forma semelhante, a cidade de Porto Alegre e a SOFTSUL posicionam-se de modo a intensificar a adoção da inovação e do empreendedorismo para desenhar seu futuro desejado. Desejam viabilizar o Sistema de Inovação e Empreendedorismo da cidade de Porto Alegre, dotando a comunidade com habitats de inovação, atuando para levar a um novo patamar a cultura inovadora e empreendedora na cidade.

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