1) Como você analisa o mercado atual de TI no Brasil?
Ayala – Diferente de outras áreas que estão sofrendo com a pandemia, e levando em conta que o mundo de hoje está procurando cada vez mais ficar conectado, seja nos negócios ou na vida pessoal, não tenho dúvidas que o mercado de TI que já estava em crescimento permaneça no mesmo ritmo. Continuo bastante otimista com relação ao mercado de TI, com os devidos cuidados no Brasil quanto à falta de mão de obra e o que o governo pode interferir como, por exemplo, no que seja relativo aos impostos.
2) Quais as suas expectativas para o setor de TI em médio e longo prazo?
Ayala – A minha perspectiva é de que continue expandindo. Um dos fatores que mostram a expectativa do mercado é a demanda por novos talentos e empregos. No CIEE-RS onde, como brinco, faço estágio e aprendizagem há mais de 34 anos, a gurizada que está fazendo um curso de tecnologia e faz estágio, se for bom, é logo, logo efetivada, pois as empresas sabem da importância e oportunidade de contratar alguém para a demanda de TI no seu negócio. Tanto acredito nesta perspectiva de expansão que se o meu filho mais novo de 12 anos ou o mais velho de 15 anos desejarem seguir uma carreira de tecnologia, vou estimulá-los.
3) De que forma o SUCESU-RS atua para beneficiar e defender os interesses das empresas do setor?
Ayala – Dentro de nosso propósito que “é promover o uso da tecnologia e conectar pessoas, empresas e a sociedade”, direcionamos nossos esforços para qualificar e realizar um grande networking entre todos aqueles que, como usuários de tecnologia, conversem e promovam o melhor uso da mesma. Temos várias iniciativas, como os Grupos de Negócios da SUCESU-RS, que discutem como a tecnologia pode potencializar algumas verticais de negócio e, hoje, já temos os GN’s de Saúde, Varejo, Governo, Indústria e Agro. Criamos agora, através de nossa VP de Ensino e Inovação, o Conselho Consultivo de Inovação, que tem a participação de profissionais de peso que discutem o assunto. Assim, se faz nossa missão que é apoiar o desenvolvimento do RS através de ações concretas que tenham como base o uso da tecnologia da Informação.
4) Na sua visão, de que forma as empresas de TIC do RS podem ampliar a competitividade para enfrentar o mercado?
Ayala – Como CIO, tenho minha experiência voltada mais na compra de tecnologia do que como empreendedor. Neste prisma, vejo que todas as empresas de TIC que me deixam satisfeito tem o diferencial de realmente serem parceiros na solução e de terem uma excelência no atendimento a seus clientes. Vejam, por exemplo, o caso da tecnologia de voz e dados das teles, elas tem tecnologias comprovadamente de ponta e poderíamos escolher qualquer uma, talvez com exceções pela região de entrega, mas procuramos o diferencial por quem se compromete com o cliente e melhor atende os mesmos através de suas competências atitudinais. O investimento em pessoas e ótimo atendimento ao cliente, por mais que ainda se veja como básico para qualquer negócio, na minha visão ainda é um diferencial competitivo no RS e consequentemente no Brasil nas empresas de TIC.
5) Qual a importância do trabalho de uma entidade como a SOFTSUL no fomento ao setor de TI e de que forma a entidade pode contribuir com a SUCESU-RS?
Ayala – Hoje me parece haver dois fatores que estão na mesa de qualquer liderança e consequentemente nas empresas: a transformação digital e o propósito. Este ano nosso tema trabalhado na SUCESU-RS é Sociedade 5.0, que pode ajudar as empresas e entidades a uma boa reflexão sobre o uso da tecnologia e seu propósito. Acredito que este seria um bom tema para trabalharmos em sinergia como uma contribuição da SOFTSUL, que há muitos anos tem um importantíssimo trabalho de apoio (propósito) ao setor de TIC, oferecendo oportunidades para que as empresas promovam seu negócio, abrindo novas frentes de trabalho e novos mercados nacional e internacional.
