No dia 24 de junho de 2025, a SOFTSUL realizou o Encontros de Inovação MGPDI promovendo mais uma edição de seu tradicional webinar, desta vez abordando os indicadores de tecnologias digitais (OTD/CGEE) e de gestão da inovação (MGPDI). O evento, voltado a profissionais, pesquisadores e gestores, ressaltou a importância do monitoramento e análise da transformação digital na sociedade brasileira, além das ferramentas disponíveis para subsidiar a formulação de políticas públicas e estratégias de inovação.
O webinar contou com a participação de renomados debatedores: o professor Dr. Mariano de Matos Macedo, doutor em Economia pela Unicamp, docente da Universidade Federal do Paraná e contou com o apoio de Isabela Quadros, que contribuiu na apresentação sobre indicadores de tecnologias digitais elaborados pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGE). Também como debatodora, Maria Teresa Villalobos Aguayo, mestre em Estatística pela Unicamp, professora da Pontifícia Universidade do Peru (PUC de Lima). A moderação ficou a cargo do coordenador executivo do MGPDI, Kival Weber.
O foco principal da discussão foi o Observatório de Tecnologias Digitais, criado pelo CGE em 2025, que compila informações sobre tecnologias como Big Data, inteligência artificial, Internet das Coisas, robótica, computação quântica, blockchain e 5G. Além disso, reúne dados relacionados à infraestrutura, formação, economia digital, segurança digital e governança, incluindo um mapeamento dos laboratórios de tecnologias digitais em diferentes regiões do Brasil e uma linha do tempo de políticas públicas e acordos internacionais relevantes.
Segundo Mariano Macedo, a missão do Observatório é atuar como um espaço de monitoramento que conecta diversos atores e promove o conhecimento interdisciplinar sobre o impacto das tecnologias no país. Ele destacou a relevância da ferramenta em um cenário pós-fordista, caracterizado pela rápida disseminação tecnológica e pela necessidade de políticas públicas que mitigem desigualdades econômicas, sociais e regionais.
Para isso, o observatório se apoia em bancos de dados do CERT, IBGE, Anatel, INEP, CETIC, além de fontes internacionais como o Go Digital da UCDE. Os indicadores abordam áreas como infraestrutura, formação, economia digital, segurança digital e governo, permitindo uma análise detalhada do avanço tecnológico e do processo de transformação digital no país.
A exposição também mostrou exemplos de indicadores específicos, como o percentual de municípios com fibra óptica, o número de empresas utilizando tecnologias avançadas, a quantidade de novos graduados em STEM, o volume de vendas online, as exportações e importações de TICs, além de políticas de segurança digital nas empresas e o uso de tecnologias na gestão urbana.
Durante o webinar do Encontros de Inovação MGPDI, a professora Maria Teresa Villalobos Aguayo, da PUC do Peru, falou diretamente de Lima, destacando a importância da gestão de indicadores na promoção da qualidade e da inovação. Mestre em estatística pela Unicamp, ela possui vasta experiência com indicadores em diversas áreas, incluindo planos de metas municipais em Campinas, governança, qualidade de software e maturidade de processos na empresa peruana Digital Peru, que atingiu o nível cinco de maturidade CMMI.
Maria Teresa reforçou a célebre máxima de Deming: “Não se gerencia o que não se mede” e Juran “Quem não mede, não gerencia; quem não gerencia, não melhora” reforçam que a gestão eficiente depende de definição clara, mensuração precisa e acompanhamento contínuo. Ela alertou contra erros comuns, como a ausência de objetivos claros, excesso de métricas ou uso inadequado dos indicadores para punições ao invés de melhorias. Segundo a especialista, os indicadores devem estar alinhados aos objetivos estratégicos, serem específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com prazos bem definidos. Além disso, a apresentação enfatizou a necessidade de envolver equipes na definição de indicadores, garantir a clareza dos resultados, promover a comunicação eficaz e resistir à resistência às mudanças por meio de treinamentos e comunicação dos benefícios.
A especialista também destacou que a gestão cuidadosa de indicadores promove decisões mais assertivas, maior transparência e motivação das equipes. No âmbito do MGPDI, ela explicou que há 11 processos distribuídos em três áreas principais — inovação, gestão e suporte — que visam planejar, monitorar e avaliar resultados relacionados à inovação, incluindo gestão de ideias, pesquisa, portfólios, riscos e governança, todos sustentados por indicadores estratégicos.
Encerrando sua fala, Maria Teresa enfatizou que os indicadores são essenciais não apenas para acompanhar o desempenho atual, mas também para planejar futuros projetos, melhorar produtos e expandir mercados através de inovação eficaz. Os interessados podem acessar mais informações no site do MGPDI (https://mgpdi.softsul.org.br/) e na sua página Wiki, onde há guias detalhados de implementação.
O evento também reforçou os processos do MGPDI relacionados à gestão de ideias, pesquisa, projetos, portfólios, riscos, inovação e governança, ressaltando a importância de alinhar as métricas aos objetivos estratégicos e estabelecer processos de monitoramento transparentes, que contribuam para uma cultura de inovação sustentável.
O conteúdo completo do webinar está disponível na íntegra no canal do YouTube da SOFTSUL: https://www.youtube.com/watch?v=QPQNOkejtPk.
Para o próximo encontro, agendado para 29 de julho e o tema será “P&D na Academia e nas Empresas”, com debates sobre inovação no setor acadêmico e empresarial, sob a moderação de Kival Weber, e participação de especialistas como o Marcos Kalinowski, Professor e Coordenador do Laboratório ExACTa da PUC do Rio de Janeiro e o Rodrigo Quintes Reis, professor titular da Faculdade de Computação da UFPA, Coordenador de ambientes de inovação da UFPA e Coordenador da Equipe Técnica do Modelo MGPDI.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas AQUI


